Babaji e o Yogi Moderno

Quem lê o livro Autobiografia de um Yogi normalmente fica intrigado com a apresentação de um grande Yogi, o Mahavatar Babaji, chamado por Yogananda de Cristo Yogi.

Quando li pela primeira vez aquele livro, me encantei com a figura que se revelava um ser real, pois como se dizia no livro “ele habita entre nós”, e o mitológico, por ele ser imortal, segundo nos conta a tradição de Kriya Yoga. Não imaginava quão fortemente ele viria a influenciar minha vida e a de tantos outros que conhecia e ainda viria a conhecer por seu intermédio. Neste longo processo descobri que ele é o aspecto mais profundo em mim e em todos nós.

Babaji Nagaraj é a presença viva que inspira o yogi moderno, assim como fazia no tempo de Yogananda e tanto tempo antes dele.

Chamo de yogi moderno o praticante que vive hoje no Ocidente ou no Oriente, fazendo sua sadhana, ou autodisciplina, para se transformar, acordando suas potencialidades e atuando sobre seu meio e nas relações com aqueles que o rodeiam, enfrentando tantos aspectos culturais do mundo contemporâneo que se opõe diametralmente a este movimento, ao mesmo tempo que cumprem da melhor forma seus compromissos com a manutenção da vida tendo ou não trabalho formal, família ou relacionamentos de alguma forma.

Babaji tem uma personalidade divina (sim!), magnetizada, vibrante e brincalhona. Nos inspira através de meditações, de sonhos, através de encontros sincrônicos, falando muito baixinho em nossos ouvidos. É assim que ele nos guia e orienta em nossas escolhas.

O que vai nos fazer distinguir sua Voz da nossa mente cheia de desejos e fantasias? Seguir sua receita da felicidade que é viver na perspectiva da testemunha interna silenciosa, que aprecia e absorve a vida em todos os seus momentos, desapegadamente. E para isso acontecer é necessário prática constante dos ensinamentos de Kriya Yoga.

Babaji representa o espírito do praticante de sadhana à perfeição. Que vive no mundo, influencia o mundo compassivamente, mas não se identifica com ele. Que vive ativamente calmo e calmamente ativo.

Como encontrei Babaji

Babaji me apareceu em sonho na noite de 5 de janeiro de 1993, data do centenário de nascimento de Paramahansa Yogananda. Naquele momento ainda não o conhecia. Depois contando o sonho para uma amiga praticante de yoga, ela me apresentou o livro Autobiografia de um Yogi e nele além de confirmar esta informação, conheci a filosofia de Kriya Yoga e os mestres desta linhagem, entre eles reconheci meu guru Babaji, mas não de imediato.

Depois de ler este livro, fui buscar a iniciação na Self-Realization Fellowship e durante cinco anos pratiquei as lições introdutórias enquanto aspirava poder receber a iniciação por aquele ramo de Kriya Yoga, mas por muitas sincronicidades apenas muito tempo depois compreendidas, isso nunca aconteceu.

Em janeiro 1998 conheci Marshall Govindan Satchidananda, meu professor e responsável pela Tradição Kriya Yoga de Babaji e Presidente da Ordem dos Acharyas da Kriya Yoga de Babaji no mundo e através dele recebi a Primeira Iniciação. Desde então, não há um só dia que eu não sinta a Presença Viva deste Guru através de inspiração, sua voz que primeiro era a minha própria, mas mais sábia e depois adquiriu sua própria e característica voz dentro de mim, me aconselhando a ir em frente, a abandonar coisas, me encorajar e confortar sempre que necessário.

Babaji não “entra no corpo” ou é incorporado por ninguém, ele nos influencia. Ele fala (sussurra) no ouvido através de pensamento concentrado e inspirado, pensamento distinto dos movimentos mentais habituais. Em geral, pensamentos carregados de energia que nos elevam, nos animam, nos estimulam a ir em frente.

Babaji tem um jeito de inspirar as pessoas para que elas ajam no mundo de uma forma que, se a pessoa estiver aberta, sente que não tem outra opção a não ser seguir Sua orientação. Sou completamente entregue a Seu serviço e espero poder espalhar seus ensinamentos, fazendo com que ele saia um pouco mais dos bastidores como lhe é peculiar.

Para se conectar com ele desde já é só repetir seu nome: “Om Kriya Babaji Nama Aum” com amor e abertura.